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INCLUSÃO
No TEAMARR, pais de autistas e profissionais aprendem sobre expressão por intermédio de imagens

Primeira turma da capacitação de comunicação alternativa para lidar com autistas, promovida pelo Teamarr.
Foto: Jader Souza
As aulas teóricas e práticas das duas turmas do curso Introdutório de Comunicação Aumentativa e Alternativa, promovido pelo Centro de Acolhimento ao Autista (TEAMARR), da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), começaram neste sábado (22), na sede localizada no bairro São Francisco.

 

O próximo grupo passará por capacitação na sexta-feira (28), pela manhã. Ao todo, a instituição disponibilizou 90 vagas. A capacitação foi totalmente gratuita e reuniu pais, responsáveis e profissionais das áreas da Saúde e Educação.

 

A Comunicação Alternativa é uma técnica feita por intermédio de pictogramas, ou seja, uma biblioteca de imagens na qual a criança, principalmente a não verbal, passa a expressar todas as suas funções comunicativas apontando para figura que mais representa um pedido ou rejeição a algo. Deste modo, ela passa a se tornar fluente naquele tipo de comunicação.

 

 

Uma das principais causas de crises dentro do autismo é a questão de a criança não conseguir se expressar”, afirmou a fonoaudióloga Tássia Kelly Silva. Foto: Jader Souza

 

“Uma das principais causas de crises dentro do autismo é a questão de a criança não conseguir se expressar. A maioria, principalmente as não verbais, e até mesmo as verbais, não conseguem passar uma mensagem, e a comunicação alternativa vem para ajudar e dar esse suporte visual para que elas consigam externar seus desejos, vontades, dores” explicou a fonoaudióloga e palestrante Tássia Kelly Silva.

 

Quando não conseguem se expressar, continuou Tássia, o autista reage de diversas formas, entre elas se jogar, se morder ou até mesmo agredir. “Mas, no fundo, o principal motivo seria essa questão da comunicação”, explicou.

 

Tassia compartilhou situações em que, com o avanço da compreensão pela comunicação alternativa, o autista passou pelo processo de ‘desfraude’ e a frequentar lugares que antes não conseguiam. “Ela [comunicação alternativa] ajuda em inúmeras áreas porque traz ‘voz’ para a criança, de fato. Com os pictogramas, as imagens, ela pode se expressar em qualquer lugar, em casa, na clínica, na escola”, disse.

 

A profissional demonstrou felicidade pelo interesse das pessoas em aprender mais para auxiliar na educação das crianças e adolescentes atípicos. “Nesta turma há pedagogos, psicopedagogos, educadores físicos.

 

Ter pessoas de outras áreas, que trabalham com primeiros socorros, por exemplo, ajuda a expandir mais a comunicação alternativa para que ela saia do mundo clínico e vá para outros ambientes, porque as nossas crianças vão estar presentes em outros locais”, avaliou.
A Thayla Coutinho é assistente terapêutica e estudante de Psicologia. Sempre de olho nas redes sociais da Assembleia Legislativa, contou que já fez o curso de primeiros-socorros, ofertado pela Escolegis, e agora se interessou pela capacitação no TEAMARR pela importância em saber como lidar com crianças com a condição em sua área de atuação.

 

“Uma das principais causas de crises dentro do autismo é a questão de a criança não conseguir se expressar”, afirmou a fonoaudióloga Tássia Kelly Silva. Foto: Jader Souza

 

“A gente precisa saber se comunicar com aquela criança de forma tanto verbal como não verbal e trabalhando diariamente, o nosso objetivo é ajudar nessas habilidades nas quais essas crianças têm dificuldade” e adiantou que pretende seguir nesta área quando concluir a graduação em Psicologia.

 

O policial militar Éder Lima, lotado no Colégio Militar Derly Luiz Vieia Borges e acadêmico de pedagogia, buscou a capacitação para agregar mais conhecimentos no campo acadêmico e na rotina do trabalho devido à presença de estudantes autistas.
O policial militar Éder Lima informou que a instituição de ensino onde é lotado deve procurar formas de inclusão. Foto: Jader Souza

 

“Justamente, para absorver mais conhecimento e saber como lidar no dia a dia com os alunos. Hoje, vejo a importância desse curso e que profissionais de várias áreas, como professores, pedagogos, psicólogos, conselheiros tutelares, estão se interessando pela causa”, salientou.
Psicopedagoga do Teamarr, Jane Lira. Foto: Jader Souza

 

Para a psicopedagoga do TEAMARR, Jane Lira, o curso irá agregar tanto para pais, responsáveis e profissionais, quanto os autistas que têm dificuldades na interação. “Ele é importante para ajudar na inclusão dessas pessoas que têm dificuldade na fala e na sua comunicação”.

 

O TEAMARR funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, na Avenida Santos Dumont, nº 1193, bairro São Francisco.

 

Texto: Suzanne Oliveira
Fotos: Jader Souza
SupCom ALE-RR
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